Nesse inverno, temos errado, e
muito, em nossa conduta um para com o outro. Você, incapaz de desfazer laços,
segue me reivindicando e me empunhando como um norte. Eu, incapaz de resistir
ao seu chamado, me mutilo todo dia ao perceber você em mim ainda e vivo como
nunca.
Nesse sentido, a viagem não
serviu de nada. Eu a havia imaginado como uma fuga de você e das lembranças que
o Rio de Janeiro guarda de nós dois. Estamos em todo lugar. Os seus e-mails,
nossas conversas, só me fizeram sofrer mais.
Estou me sentindo frágil, louca, triste. Obsessiva. O tempo deveria dar
um jeito nesse amor recalcado, reprimido, mas tem falhado muito nessa tarefa.
Não passa. Meu tempo não é mais aberto. Fechou-se. Estou presa.
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